Jogos que deveriam ganhar continuação no PS5

 

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Com o sucesso de tantas franquias na geração PS4 e a afirmação do PS5 como um dos consoles mais potentes da atualidade, é natural que surja uma pergunta entre os jogadores: por que certos jogos incríveis ainda não ganharam uma continuação? Títulos que marcaram época, emocionaram, desafiaram e até revolucionaram a forma como jogamos seguem sem um novo capítulo, mesmo com fãs que estão querendo há anos por um retorno.

Alguns jogos encerraram sua história de maneira abrupta, deixando pontas soltas e personagens com jornadas inacabadas. Outros continham universos tão ricos e cheios de possibilidades que é quase injusto que ficaram restritos a um único jogo. Em comum, todos eles deixaram saudade, e a sensação de que ainda tinham muito mais a oferecer.

Enquanto novas IPs surgem e franquias consagradas continuam a crescer, há obras que permanecem em silêncio, aguardando uma segunda chance. E com o poder técnico do PS5, a experiência de reviver essas histórias pode ser ainda mais impactante, imersiva e ambiciosa do que antes.

Neste artigo, revisitamos alguns jogos memoráveis ​​do universo PlayStation que, mesmo anos após o lançamento, seguem vivos no imaginário coletivo da comunidade gamer. Títulos que merecem continuar, evoluir, e, quem sabe, conquistar um lugar ainda mais forte na história dos videogames.

1. Transmitido pelo sangue

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Lançamento: 2015 | Desenvolvido por: FromSoftware

Poucos jogos alcançaram o status de culto tão rapidamente quanto Bloodborne. Lançado em 2015 exclusivamente para o PlayStation 4, o título da FromSoftware mergulhou os jogadores em um Yharnam decadente, inspirado em horror cósmico, literatura gótica e simbolismos religiosos profundos. Seu universo, perturbador e fascinante, é repleto de mistérios que não são entregues de forma direta, mas revelados lentamente por fragmentos de texto, arquitetura, comportamento de inimigos e escolhas sutis de design. Isso fez com que o jogo transcendesse sua função como entretenimento, tornando-se objeto de estudo, discussão e reverência.

Sua jogabilidade agressiva, que incentivava ataques rápidos, esquivas precisas e posicionamento ofensivo, oferecendo um contraste radical ao estilo mais defensivo de Dark Souls. Ao remover o escudo e apostar na adrenalina do risco constante, Bloodborne criou uma identidade própria dentro do gênero Soulslike, com combates intensos e boss battles inesquecíveis. A trilha sonora, a direção de arte e a construção dos ambientes, cada viela, torre ou catedral, compõem um mundo sombrio que ainda hoje impressiona por sua coesão e impacto visual.

Mesmo depois de quase uma década, Bloodborne continua sendo um dos jogos mais pedidos pela comunidade para receber uma sequência, ou ao menos uma versão remasterizada. Não apenas por sua importância histórica, mas porque o universo apresentado tem espaço de sobra para crescer. Uma continuação poderia explorar novas cidades amaldiçoadas, ordens secretas, rituais esquecidos e criaturas ainda mais grotescas, aprofundando o terror existencial que permeia cada detalhe do jogo original.

Com a capacidade gráfica do PlayStation 5, esse retorno poderia ser avassalador. Texturas aprimoradas, iluminação em tempo real, partículas concluídas e, finalmente, a tão sonhada fluidez em 60 fps, algo que o jogo original nunca teve, transformariam o pesadelo em uma experiência ainda mais visceral e hipnotizante.

Uma sequência de Bloodborne não seria apenas um agrado para os fãs. Seria um novo marco técnico e artístico dentro da geração atual, além de uma oportunidade para a FromSoftware revisitar um dos universos mais ricos e inquietantes que já criou. E, se depender do clamor dos jogadores, esse chamado ao sangue ainda está longe de ser silenciado.

2. Dias Passados

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Lançamento: 2019 | Desenvolvido por: Bend Studio

Embora tenha gerado opiniões divididas em seu lançamento, Days Gone conquistou uma base fiel graças à sua narrativa emocional, ao mundo aberto envolvente e ao sistema de hordas inovador, que trouxe uma nova dinâmica ao gênero de sobrevivência. A relação entre Deacon St. John e sua esposa Sarah, marcada por tragédia, esperança e persistência, foi o fio condutor de uma história que se destaca por seu tom mais humano em meio ao caos de um mundo dominado por infectados.

A ambientação nas florestas e estradas do Oregon, somada à constante sensação de ameaça, criou uma experiência imersiva que, apesar de algumas falhas técnicas no lançamento, ganhou o respeito e o carinho de muitos jogadores. Os conflitos com milícias, facções e os chamados Freakers foram apenas o início de um universo narrativo com muito mais a ser explorado. O protagonista, longe de ser um herói clássico, apresentou um desenvolvimento emocional consistente, com nuances que o tornaram um dos personagens mais marcantes da geração PS4.

Mesmo com uma comunidade apaixonada, a Sony optou por não seguir com uma sequência imediata, o que gerou frustração e campanhas públicas por parte dos fãs. Ainda assim, o apelo continua forte, e o tempo só fez aumentar a percepção de que Days Gone merecia uma nova chance. O estúdio Bend Studio, com mais maturidade e com os recursos do PlayStation 5 à disposição, teria agora todas as condições de elevar a franquia a um novo patamar.

Um Days Gone 2 poderia expandir o mapa, aprofundar os laços entre os personagens, trazer melhorias na IA e no sistema de combate, além de aperfeiçoar as mecânicas de sobrevivência e personalização da moto, que já era quase uma extensão do protagonista. Com uma direção mais refinada e foco nos elementos que funcionaram tão bem no original, uma sequência não apenas correspondeia aos tropeços do primeiro, como também consolidaria a série como um novo gigante dentro do ecossistema PlayStation.

O mundo de Days Gone ainda respira, e os jogadores continuam prontos para voltar às estradas. Só falta a Sony ouvir esse motor ligado.

3. A Ordem: 1886

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Lançamento: 2015 | Desenvolvido por: Ready at Dawn

Visualmente impressionante, com uma ambientação steampunk rica em detalhes e um mundo alternativo repleto de potencial narrativo, The Order: 1886 foi uma das apostas mais ambiciosas da Sony no início da geração PlayStation 4. Desenvolvido por Ready at Dawn, o jogo chamava atenção por seus gráficos cinematográficos, direção de arte refinada e uma proposta que misturava tecnologia vitoriana, sociedades secretas e elementos sobrenaturais. No entanto, apesar da proposta ousada, o jogo foi duramente criticado pela sua curta duração, falta de liberdade na jogabilidade e foco excessivo nas cutscenes.

Ainda assim, por trás das limitações estruturais, havia uma mitologia riquíssima. A Ordem dos Cavaleiros, que lutava contra ameaças não humanas como lobisomens, vampiros e seres híbridos, era apenas a superfície de um universo maior que mal chegou a ser explorado. As conspirações políticas, os conflitos internos da Ordem, as ramificações históricas fictícias e a presença de figuras emprestadas em um contexto reimaginado mostravam que havia muito mais a ser contado, e que o fim do primeiro jogo não deveria ser o fim da franquia.

Com o poder do PlayStation 5, uma sequência poderia finalmente entregar a grandiosidade que o conceito original prometia. Um segundo jogo, com narrativa mais desenvolvida, decisões com peso real, e uma jogabilidade mais aberta e interativa, teria o potencial de transformar The Order em uma franquia de peso. Ambientes maiores, exploração mais livre, combate aprimorado e missões ramificadas poderiam tornar o jogo não apenas visualmente impressionante, mas também mecanicamente envolvente.

Além disso, com o avanço da tecnologia e dos recursos de storytelling nos jogos atuais, seria possível equilibrar perfeitamente a estética cinematográfica com uma experiência de jogo mais ativa e satisfatória. O mundo construído em The Order: 1886 é rico demais para ter sido usado apenas como vitrine gráfica. Ele merece ser expandido, aprofundado e redescoberto.

No cenário atual, em que o público valoriza narrativas densas e universos complexos, revisitar The Order não seria apenas uma oportunidade de redenção, mas uma chance de transformar um projeto subestimado em algo inovador. O palco está montado, o estilo já marcou presença, a história... ainda está só começando.

4. Infame

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Último título: Infame: Segundo Filho (2014) | Desenvolvido por: Sucker Punch

Antes de Ghost of Tsushima se tornar o novo grande nome da Sucker Punch, o estúdio era amplamente conhecido por Infamous, uma das franquias de ação em mundo aberto mais carismáticas do universo PlayStation. Com uma proposta centrada em superpoderes, decisões morais e liberdade de entrega, uma série se destaca para permitir que o jogador moldasse não apenas a jornada do protagonista, mas também o estado do mundo ao seu redor. Escolhas entre o bem e o mal afetaram visualmente a cidade, os poderes adquiridos e até a manifestação dos cidadãos, criando uma sensação real de consequência e herança.

A trilogia principal, que começou com Infamous no PS3 e se estendeu até Second Son e First Light no PS4, distribuindo um universo próprio, recheado de personagens com poderes únicos, dilemas éticos e histórias de origem cativantes. O combate explosivo, o uso criativo dos poderes elementares, como eletricidade, fumaça, neon e vídeo, e a fluidez nos deslocamentos urbanos proporcionaram uma experiência divertida, variada e viciante.

Com os avanços de hardware do PlayStation 5 e a narrativa avançada que a Sucker Punch apresentou em Ghost of Tsushima, uma nova entrada em Infamous teria tudo para evoluir de forma significativa. O sistema de moralidade poderia ser ainda mais profundo e ramificado, com impacto real nas missões, nos relacionamentos e no próprio final do jogo. Os poderes poderiam ser combinados, customizados e evoluídos de forma mais estratégica, oferecendo estilos de combate únicos para diferentes tipos de jogadores.

Além disso, a série poderia retornar com um novo protagonista, expandindo o universo original e explorando outras cidades, culturas ou até linhas do tempo alternativas. O estilo visual, que já era estilizado e vibrante, poderia se beneficiar imensamente do poder gráfico do PS5, com efeitos de partículas, iluminação dinâmica e animações mais desenvolvidas, tornando cada ataque uma experiência visual impactante.

Reviver Infamous não seria apenas um resgate de uma franquia querida, mas uma chance de reposicionar a marca como referência em jogos de superpoderes, em um mercado onde poucos títulos proporcionam equilíbrio de liberdade, criativo e narrativa significativa. A energia da franquia ainda pulsa, só falta um estalo para ela voltar a brilhar.

5. Corrida da Gravidade

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Último título: Gravity Rush 2 (2017) | Desenvolvido por: Japan Studio

Estiloso, criativo e com uma protagonista instantânea carismática, Gravity Rush é um daqueles jogos que surgem de forma quase silenciosa, sem grande alarme, mas conquistam espaço na memória afetiva de quem teve a chance de experimentá-lo. Lançado inicialmente para o PS Vita e posteriormente remasterizado para o PS4, o jogo surpreendeu pela proposta ousada: manipular a gravidade como mecânica central, permitindo que a protagonista, Kat, flutuasse, caísse e navegasse pelo mundo de forma completamente única.

Essa mecânica, além de inovadora, foi explorada com elegância, oferecendo possibilidades criativas tanto na exploração vertical dos ambientes quanto no combate aéreo, que foge dos padrões convencionais. Tudo isso foi embalado por uma direção de arte belíssima, com traços que lembravam mangás e animações europeias, trilha sonora encantadora e uma narrativa sensível, que equilibrava mistério, aventura e descoberta.

Com o encerramento do Japan Studio, o futuro da franquia se tornou incerto. No entanto, o apelo por um novo jogo permanece vivo entre os fãs, e o universo de Gravity Rush ainda tem muito a oferecer. Kat é uma personagem que merece mais desenvolvimento, e a mitologia do jogo, com suas cidades flutuantes, dimensões paralelas e mistérios cósmicos, poderia ser expandida de forma ainda mais rica e profunda.

A chegada do PS5 e o crescimento de estúdios altamente respeitados, como a Bluepoint Games ou a Team Asobi, abrem uma janela promissora. Com o suporte técnico e criativo certo, Gravity Rush poderia retornar em grande estilo, com gráficos deslumbrantes, físicos ainda mais precisos e uma nova camada de complexidade narrativa. O DualSense, por exemplo, seria um aliado perfeito para ampliar a sensação de movimento e impacto nas batalhas gravitacionais.

Trazer Gravity Rush de volta não seria apenas um agrado aos fãs, mas também um relato importante da Sony: de que ainda há espaço para a originalidade, para o experimental e para o sensível em meio a tantas superproduções cinematográficas. Kat merece voar mais alto, e o público está pronto para acompanhá-la em mais uma queda controlada rumo ao desconhecido.

Conclusão

O PlayStation é uma marca conhecida por suas franquias marcantes, por experiências narrativas profundas e pela constante busca por inovação. Mas, entre seus grandes sucessos, também carrega nas sombras histórias que ainda não foram encerradas, mundos que merecem uma nova visita e personagens que continuam vivos na lembrança dos fãs. Por diferentes motivos, decisões comerciais, reestruturações de estúdio, mudanças de foco ou simples negligência, muitos jogos memoráveis ​​ficaram presos no tempo, mesmo possuindo um potencial enorme para crescer, evoluir e emocionar novamente.

Com o poder do PlayStation 5, o amadurecimento técnico e criativo dos estúdios e, principalmente, a demanda cada vez mais vocal da comunidade, dar uma nova chance a essas franquias não é apenas um gesto de nostalgia, é um investimento no que o público realmente valoriza: identidade, continuidade e respeito ao legado construído ao longo das gerações.

Revisitar esses títulos com o cuidado e a ambição que os remakes e sequências modernas bloqueadas é uma forma de celebrar o passado sem abrir a mão do futuro. Porque algumas histórias não foram feitas para terminar em silêncio, elas só estavam esperando o momento certo para continuar. E às vezes, o melhor final... é quando a história simplesmente segue em frente.


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